Novo ano lectivo, novo ano de trabalho e um quase novo ano litúrgico. Com tanta novidade, voltaram também as adorações com as nossas irmãs escravas do Sagrado Coração de Jesus.
O tema leva-nos logo de imediato a Paulo, neste ainda jovem e com tanto para dar ano Paulino. Assim sendo com Paulo começamos e por Paulo fomos conduzidos.
Da 1ª. Carta aos Coríntios (9,16) foi extraído este motu, já de si exigente mas no decorrer do seu discurso Paulo exige-nos mais, sempre mais. “(…) se o fizesse por iniciativa própria, mereceria recompensa; mas, não sendo de maneira espontânea, é um encargo que me está confiado.”
Espontânea – acho que à luz de Paulo, percebi que só não o somos, porque não é só Cristo quem vive em nós. Se mesmo Paulo que viveu para Cristo o diz, o quão longe não estaremos nós? Qual o passo a tomar?
Neste mês das missões, fomos também conduzidos pelas palavras de Bento XVI. Missão! De onde nasce? Como perceber a nossa? A resposta está em Paulo também.
A missão de Paulo, a sua boa conclusão, a sua força e eloquência, o seu conhecimento da boa nova nasceu de um encontro.
Sem encontro vivo com Cristo não há verdadeira missão.
Sem encontro vivo com Jesus ressuscitado, não há verdadeira missão.
Sem encontro vivo com Jesus eucaristia não há missão –
ite missa est.
É o amor do encontro que nos encaminhará
E Deus diz a cada um “deixa que te encontre”…
Deus, em Jesus, encontrou Paulo que O perseguia, a caminho…
…mas também nós O vamos perseguir :
nas dúvidas,
na falta de fé
na fraqueza,
…mas Deus continuará a desejar “deixa que te encontre” até ao momento do encontro.
Também eu preciso de cair do cavalo…de deixar de ver como via, ficar cego, não ver o que mundo quer que veja, mas ver com a nova luz que do encontro nasce, aquilo que Deus quer.
“Deixa que te encontre”
Deixa que Te encontre.
O encontro.
Deus é Amor, portanto só do amor pode partir uma vida em Deus – só do encontro. Desejemo-lo!
Depois do encontro vem o ministério.
“Como pois invocarão aquele em quem não acreditaram? e como hão-de acreditar naquele de quem não ouviram falar? e como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados?”
Tantas perguntas. Qual a resposta? Haverá uma só resposta?
Sinto que mesmo hoje em dia, os cristãos querem seguir Cristo, mas discernir como, é difícil.
A resposta está nas entre linhas de tantas vidas que são testemunho verdadeiro: “anunciar o evangelho é ser testemunha de uma experiência de amor e transformação interior”
o Na Ressurreição de Jesus, que é inicio da nossa
o Na experiencia de aderir ao amor de um modo que nos transforma
o Na mudança, na conversão, contínua e verdadeira
Durante toda a sua vida nos são relatados os sinais da passagem de Jesus:
os milagres,
os cegos que viam,
os mortos que viviam – mudança.
A mudança e a conversão são o sinal de que Jesus passa por nós.
Se queremos que os outros vejam que Jesus passou, deixemos que vejam esses sinais: o nosso novo olhar sobre o mundo, a comunidade que também construímos, a paz como Ele no-la dá.
Esta mudança desencadeia a nossa evangelização, já não por meras palavras, mas pelo testemunho vivo de um encontro de onde saiu o amor que nos levou à conversão e à mudança.
Assim os outros irão ver em nós o amor eterno que Deus nos deseja, e só isso poderá levar à sua mudança à sua conversão.
